POVO MATIS
Nossa relação com a floresta é profunda e essencial. Realizamos frequentemente longas caminhadas pela floresta, algo que chamamos em nossa língua de kapwek, para caçar, pescar e coletar matérias-primas. É assim que obtemos nossos alimentos e confeccionamos nossos artefatos. Nós tomamos o cipó tatxik e caçamos com zarabatanas e flechas. Além disso, realizamos o ritual mariwin para celebrar a colheita da roça e a festa da tatuagem, honrando nossos ancestrais e nosso modo de viver.
Vivemos em grandes malocas chamadas Xubu Ame, onde mantemos nossa convivência comunitária, realizamos nossas festas e compartilhamos refeições. Também construímos casas parecidas com as dos não-indígenas, chamadas de Takpan Xubu, que surgiram como parte das adaptações aos novos tempos. Nossas roças são extensas e variadas, com cultivos de macaxeira, milho, banana, cará, pupunha, cana, batata, abacaxi, melancia, mamão, entre muitos outros. Esses alimentos são parte fundamental da nossa vida cotidiana.

Localização:
Rio Branco
População:mais de 600 pessoas.
(SIASI/SESAI, 2022).
Idioma: Matis, tronco linguístico Pano.

Lideranças
Txami Matis, Txëma, Binin Bushu, Bina Shapu, Ivan Rapa, Bina Tuku, Bina Darapa, Tumi Tuku, Bina Wasa, Ivan Ixma, Tumi Branco, Kuini Marubo, dentre muitos outros.

5 aldeias
Kudaya, Paraíso, Tawaya, Txëxë Wasa e Nova Geração.



Nossa relação com a floresta é profunda e essencial. Realizamos frequentemente longas caminhadas pela floresta, algo que chamamos em nossa língua de kapwek, para caçar, pescar e coletar matérias-primas. É assim que obtemos nossos alimentos e confeccionamos nossos artefatos. Nós tomamos o cipó tatxik e caçamos com zarabatanas e flechas. Além disso, realizamos o ritual mariwin para celebrar a colheita da roça e a festa da tatuagem, honrando nossos ancestrais e nosso modo de viver.
Vivemos em grandes malocas chamadas Xubu Ame, onde mantemos nossa convivência comunitária, realizamos nossas festas e compartilhamos refeições. Também construímos casas parecidas com as dos não-indígenas, chamadas de Takpan Xubu, que surgiram como parte das adaptações aos novos tempos. Nossas roças são extensas e variadas, com cultivos de macaxeira, milho, banana, cará, pupunha, cana, batata, abacaxi, melancia, mamão, entre muitos outros. Esses alimentos são parte fundamental da nossa vida cotidiana.



Nosso povo enfrentou muitos desafios depois do contato com os nawa, ocorrido no início dos anos 1970. Sofremos com a quase extinção do nosso povo, especialmente a perda de nossos grandes pajés e curandeiros, e restaram poucos jovens. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) atribuiu essa perda a uma epidemia de gripe que se espalhou após o contato. No entanto, a partir de 1977, começamos a nos recuperar, com a determinação de continuar vivendo e preservando nossa cultura. Passamos um período vivendo em aldeias no Igarapé Bueiro, Posto Velho, Aurélio e Beija Flor, todas localizadas no médio rio Ituí. Atualmente, habitamos as margens do rio Branco, na Terra Indígena do Vale do Javari.
Nós, Matis, somos a força da resistência. Nosso compromisso é seguir cultivando nossas tradições, proteger nossa terra e manter viva a herança de nossos ancestrais. Mesmo diante das adversidades, continuamos crescendo, unindo as gerações mais jovens às mais antigas e fortalecendo a luta pela proteção do nosso território e pela preservação da nossa cultura.
